segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

TODOS ACABAM PAGANDO PELA INCONSEQUÊNCIA DA MINORIA....

A FARRA DA CIRURGIA DE OBESIDADE...
Saiu nesta sexta-feira (12) no Diário Oficial da União uma nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre as técnicas de cirurgia de obesidade. É um documento importante.Vai ajudar a definir o que pode e o que não pode ser feito nessa área tão cheia de promessas – nem sempre baseadas em ciência consistente.

Um novo tipo de cirurgia foi aprovado. É a gastrectomia vertical. Nessa técnica, 80% do estômago é cortado e removido. O paciente sente menos fome, come menos, mas os nutrientes costumam ser absorvidos normalmente. Ela já vinha sendo oferecida por vários médicos, mas só agora tem o aval da entidade.

O CFM também enfatizou quais pacientes podem ser submetidos a algum tipo de cirurgia de obesidade. Ela só pode ser realizada em pessoas com IMC (índice de massa corpórea) acima de 40. Ou acima de 35, desde que sofram também de outros problemas graves (como diabetes, hipertensão e colesterol alto). Só podem ser submetidos à cirurgia os maiores de 18 anos. Idosos e jovens entre 16 e 18 anos podem ser operados. Mas o risco/benefício deve ser muito bem analisado.

Outra decisão importante: a cirurgia de obesidade e de diabetes realizada pelo médico goiano Áureo Ludovico de Paula não está entre as novas técnicas aprovadas. A interposição ileal, como é chamada, continua sendo considerada experimental. Ou seja: o cirurgião não pode cobrar pelo procedimento e os pacientes precisam estar inscritos em um protocolo de pesquisa devidamente registrado na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Isso garante que os voluntários compreendam os riscos envolvidos e sejam tratados gratuitamente em caso de complicações.

Essa história tem dado pano pra manga. Áureo afirma ter operado mais de 450 pacientes nos últimos anos, entre eles celebridades como o apresentador de TV Fausto Silva e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A procuradora Léa Batista de Oliveira, do Ministério Público Federal, entrou com uma ação civil pública contra o médico (pela prática de cirurgia experimental em desconformidade com a legislação brasileira). Ela recebeu denúncias de 12 supostas vítimas que relataram sete mortes. Áureo diz ter farta documentação científica a seu favor. “O que eu faço não é ilegal nem experimental.” O assunto está nos tribunais.


No final de janeiro, a Justiça Federal de Goiás proibiu a realização da cirurgia. O procedimento foi suspenso até que o médico submetesse a técnica à apreciação do CFM e da Conep.De acordo com a sentença do juiz, caso o médico descumprisse a decisão, ele seria multado em R$ 100 mil por cirurgia realizada. Áureo só poderia realizar o procedimento em casos comprovados de urgência, como aqueles nos quais o paciente corresse risco de morte. Nesses casos, a cirurgia só poderia ser autorizada por uma comissão formada por três médicos do Conselho Regional de Medicina de Goiás.

Em sua defesa apresentada à Justiça Federal, Áureo argumentava que o único órgão responsável por decidir pela aprovação da técnica era a Câmara Técnica de Cirurgia Bariátrica do CFM.

Conversei hoje com o vice-presidente da entidade, Carlos Vital Lima. Ele diz que a posição do CFM continua sendo a mesma expressa num parecer publicado em novembro. “Nada mudou em relação à posição da entidade sobre a interposição ileal. Ela é experimental e só pode ser realizada dentro de protocolos de pesquisa registrados na Conep”, afirma.

Esse caso ainda deve ter vários desdobramentos jurídicos, mas nos ensina algo muito importante: é preciso desconfiar de toda novidade médica divulgada com entusiasmo excessivo. Se tantos pacientes chegaram ao consultório do médico foi porque, em parte, foram influenciados por tantas notícias positivas. Desde 2005, a imprensa goiana publica matérias exaltando a técnica e retratando Áureo como pioneiro, gênio, merecedor de um Prêmio Nobel. Em 2007, uma importante revista semanal estampou uma maçã do amor na capa e a chamada: "Cura do diabetes: a esperança está numa cirurgia”.

Feita por laparoscopia, a cirurgia consiste em deslocar a parte final do intestino delgado (íleo) para a porção do intestino mais próxima do estômago. A lógica por trás dessa ideia é a seguinte: como o alimento chega mais rapidamente ao íleo, aumenta a produção de hormônios do intestino que facilitariam a secreção de insulina pelo pâncreas. Além disso, é feita também uma redução de cerca de 40% do estômago. O paciente perde peso, o que diminui a resistência do organismo à insulina.

Muitos pacientes declaram que a cirurgia mudou a vida deles para melhor. Ficaram livres do diabetes e voltaram a viver com qualidade. Nem todos tiveram a mesma sorte. É o caso da advogada Daliana Camargo. Ela nunca foi diabética. Queria apenas emagrecer. Diz ter se internado para fazer uma cirurgia convencional de redução de estômago. Foi submetida à interposição ileal e afirma não ter sido informada disso.

Essa cirurgia não foi aprovada para uso em humanos em nenhum lugar do mundo. Envolve riscos (imediatos ou futuros) que deveriam ter sido mais bem estudados antes que a cirurgia começasse a ser oferecida comercialmente. Não basta exaltar a técnica sob o argumento de que só a minoria dos operados morre. É preciso comprovar que a proporção de óbitos é aceitável diante dos benefícios demonstrados. Para que a medicina avance com seriedade, é preciso registrar as experiências nos órgãos nacionais competentes e submeter os dados obtidos à apreciação de especialistas independentes.

Nada impede que um dia fique comprovado que a interposição ileal é uma boa técnica, com riscos aceitáveis diante do tamanho do benefício. Nada impede que algum dia seu criador seja reconhecido pelo pioneirismo. Nada impede que ele encontre a cura do diabetes e ganhe um Nobel.

Tudo isso é possível. Mas as novas práticas de saúde só adquirem respeito se forem decorrentes da medicina baseada em evidências. Um médico propõe uma abordagem inovadora? Ótimo. O que seria do mundo sem a ousadia dos visionários dispostos a dar a cara a bater? Mas eles devem provar - de acordo com todas as normas existentes - os benefícios da novidade que propõem.

Durante muito tempo, o avanço da medicina foi baseado no total desrespeito aos direitos das pessoas que serviam de cobaias em experimentos que não deixaram saudade. Felizmente isso mudou. Se não em todos os países, pelo menos no Brasil. Hoje temos lei, informação e mecanismos de controle para coibir abusos. Aos cidadãos, cabe agir com senso crítico. Se uma novidade médica parecer boa demais para ser verdade, desconfie. Não interessa quem comentou, quem publicou, quem disse que era uma revolução. Pergunte, pesquise, reflita, ouça várias opiniões abalizadas. Nossa saúde precisa de mais racionalidade e menos oba-oba.

NÃO PODEMOS FECHAR OS OLHOS PARA ESSAS ATROCIDADES...

Daliana Camargo queria ser magra. Fez uma cirurgia de estômago não regulamentada e hoje vive como inválida. Não pode nem tomar água. O que seu drama ensina sobre obesidade e ética médica
Cristiane Segatto, de Goiânia
Quem não gosta de comparar o “antes” e o “depois” de obesos que fazem cirurgia para emagrecer? Fotos desse tipo são irresistíveis. Adoramos acompanhar as mudanças físicas e os ganhos de autoestima que impulsionam a descoberta de uma vida nova. Em geral, a transformação é para melhor. Casos de insucesso – ou de catástrofe – existem, mas não costumam chegar ao conhecimento do público. São contados no campo das exceções, dos percalços inerentes ao desenvolvimento científico. Esta reportagem começa com um “antes” e “depois” ao contrário. O que as fotos desta página revelam é a triste história da moça gordinha (1,58 metro e 76 quilos) e saudável que decidiu se submeter a procedimentos cirúrgicos para emagrecer. A advogada Daliana Kristel Gonçalves Camargo queria alcançar o padrão de beleza que sucessivas dietas e internações em spas não lhe permitiram atingir.
Hoje, aos 31 anos, Daliana não come. Literalmente. Durante todo o ano de 2009, não pôde colocar na boca nenhuma comida. Nem um gole de água. O que a mantém viva é uma preparação proteica que ela recebe por meio de uma sonda colocada no nariz. O tubo de plástico desce pela garganta, pelo esôfago e leva o líquido especial diretamente até o intestino, onde os nutrientes são absorvidos. O estômago dela tem uma fístula, uma espécie de vazamento, que, apesar de todas as tentativas de fechá-la, de tempos em tempos volta a abrir. É por isso que Daliana não pode comer. O que entrar em seu estômago pode sair pela fístula, cair na cavidade abdominal e provocar uma grave infecção. Há duas semanas, uma tela foi colocada no órgão na tentativa de tampar o orifício. Se não funcionar, o estômago terá de ser extraído.

Albúm de família
ANTES E DEPOIS
Daliana antes da cirurgia, com 76 quilos, e hoje, na foto ao lado, presa à cama por uma sonda aos 31 anos com um buraco no estômago
Anderson Schneider
Na semana passada, Daliana me recebeu no quarto de sua casa, em Goiânia (leia a entrevista). Na quarta-feira, o Conselho Nacional de Saúde considerou ilegal a técnica cirúrgica a que ela foi submetida, conforme revelou epoca.com.br na manhã da sexta-feira. Daliana passa o dia deitada na cama, presa à sonda de alimentação e ao dreno que leva para fora do corpo um líquido amarelo. É uma mistura de saliva e pus. Com 56 quilos, Daliana não passa fome. Mas sente muita vontade de comer. “Poder beber água já seria muito bom”, disse. “Uma papinha, então, seria o céu.” A vontade de comer atormenta. Em momentos de crise, ela arranca tufos de cabelo e esfrega um joelho no outro até sangrar. Sente-se melhor quando toma o antidepressivo Daforin. A família se esforça para que Daliana não seja confrontada com imagens de comida. Instaurou-se na casa um regime de censura prévia. Páginas de revista com anúncios de comida são arrancadas. DVDs que mostrem atores comendo qualquer coisa – até uma simples maçã – são banidos. A nova ameaça está no quintal: é a mangueira carregada de frutos tentadores.
Daliana foi operada pelo médico Aureo Ludovico de Paula, que realiza cirurgias em Goiânia e no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O cirurgião construiu uma carreira bem-sucedida. É bastante influente no Centro-Oeste e já operou muitos famosos. Entre eles o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o apresentador de TV Fausto Silva. Faustão decidiu procurar o médico quando soube que ele tinha inventado uma técnica cirúrgica para combater o diabetes. Nos últimos anos, ela foi amplamente divulgada no Brasil. Em 2007, uma revista semanal dedicou uma reportagem de capa ao método de Aureo. Estampou uma maçã do amor na capa e a chamada “Cura do diabetes: a esperança está numa cirurgia”.

DIÁRIO DA MANHà
“A paciente não foi objeto de nenhuma pesquisa “
AUREO LUDOVICO DE PAULA, médico que operou Daliana, em sua defesa no processo que corre no Tribunal de Justiça de Goiás
Centenas de pacientes diabéticos (magros ou gordos) foram submetidos à técnica. Ela é chamada de interposição do íleo. A parte final do intestino delgado (íleo) é deslocada para a porção do intestino mais próxima do estômago. A lógica por trás dessa ideia é a seguinte: como o alimento chega mais rapidamente ao íleo, aumenta a produção de hormônios do intestino que facilitariam a secreção de insulina pelo pâncreas. Além disso, é feita também uma redução de cerca de 40% do estômago. O paciente perde peso, o que diminui a resistência do organismo à insulina. Em congressos e em artigos que publica em revistas médicas, Aureo afirma que quase 90% dos doentes ficam totalmente livres do diabetes. É possível, mas a técnica que ele adota não foi aprovada para uso em humanos em nenhum lugar do mundo. Portanto, a segurança e a eficácia da cirurgia – e seus efeitos a longo prazo – são desconhecidas.

Daliana

“Não posso comer. Nem beber água”
Como é a vida da jovem que vive presa a uma sonda, mal pode caminhar e já tentou fugir do hospital porque queria um copo de leite
Cristiane Segatto, de Goiânia
Anderson Schneider
ÉPOCA – Por que você resolveu emagrecer?
Daliana –
Queria ficar bonitona. Tinha tentado de tudo: spa, dietas etc. Fazia exercício, fazia de tudo, e não emagrecia. Sempre quis ser magrinha. Queria ser maravilhosa no verão. Mas fui engordando, engordando. Primeiro, o doutor Aureo colocou um balão no meu estômago. Fiquei seis meses com ele, mas não resolveu. Logo comecei a engordar de novo. Ele me disse que se eu tivesse 100 quilos poderia fazer a cirurgia. Comecei a comer muito para poder fazer a operação. Era mais fácil engordar do que emagrecer. Passei de 77 para 86 quilos. O médico disse que ainda não dava. Aí eu me esforcei. Comia muito doce e fritura. Tudo. Pode imaginar o que é não poder comer nada agora? Eu gostava muito de comer.

ÉPOCA – É verdade que depois da cirurgia de 2005 você nunca mais pôde comer uma refeição normal?
Daliana –
É verdade. Eu vomitava, passava muito mal. Comia só papinha e ainda assim só vomitava. Mesmo comendo devagarzinho, eu só vomitava. Eu procurava o médico, e ele dizia que o problema era meu, que eu não sabia comer direito. Eu achava que ele estava certo e não discutia com ele. Ele dizia que a culpa era minha, e eu acreditava.

ÉPOCA – Ele nunca explicou nada para você sobre a interposição do íleo? Não disse que era uma técnica experimental?
Daliana –
Não. Nunca falou. Quando os problemas começaram a aparecer, ele disse que eu era azarada. Disse que tudo o que fazia dava certo, mas em mim as coisas não davam certo. Por muito tempo eu achei que não ia achar outro médico. Por mais que ele me maltratasse, eu não tinha para onde ir.

ÉPOCA – Qual é o sentimento que você tem hoje em relação ao doutor Aureo?
Daliana –
Tenho raiva porque ele não me disse que iria fazer uma cirurgia não regulamentada. Tenho raiva porque ele disse uma coisa e fez outra. Hoje não posso comer nada. Nem beber água.

ÉPOCA - Você sente falta dos amigos?
Daliana –
Todo domingo a gente saía, ia ao cinema, a festinhas. Era muito bom. Eu perdi isso. Não posso sair porque se vejo comida fico louca para comer e não posso. Estou tomando Daforin para controlar a ansiedade. Consigo andar, mas preciso carregar o suporte da sonda e tomar cuidado com o dreno. Estou com sonda desde janeiro deste ano. Estou presa a ela porque tenho de tomar a dieta proteica. Tomo seis por dia.

ÉPOCA – Quando estava no hospital em Goiânia, você tentou fugir para comer?
Daliana –
No Natal de 2007 eu disse para minha mãe: “Pode ter certeza de uma coisa: hoje vou comer. Vou na copa tomar um copo de leite. Se morrer, morri”. Corri puxando o carrinho da sonda e tomando cuidado para o dreno não soltar. Consegui pegar o copo e colocar o leite. Quando fui tomar, os enfermeiros me seguraram. Comecei a chorar, e eles choravam junto comigo.

ÉPOCA – O que você tem feito?
Daliana –
Vejo televisão, fico na internet, tento estudar. Mas tenho de ter muito cuidado com o dreno colocado na saída do estômago. Não posso correr nem andar muito rápido. Andar devagar e com muito cuidado eu posso. O dreno não tem ponto. Se sair, tenho de pegar um avião, ir correndo para São Paulo, torcer para não dar nenhuma infecção. Se der infecção, tem de fazer punção, drenar, ver qual bactéria que eu tenho e qual antibiótico tenho de tomar. É uma novela. Tem dia que choro a noite toda.

ÉPOCA – Você sabe com quantos quilos, mais ou menos, você está hoje?
Daliana –
Sei. Estou com 56 quilos. A dieta é muito boa, não me deixa emagrecer. Preciso estar bem para a próxima cirurgia. O médico de São Paulo vai tentar fechar a fístula que eu tenho no estômago. Se não funcionar, ele vai ter de extrair o meu estômago. Vou rezar muito.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SUPLEMENTOS NUTRICIONAL E PIRAMIDE ALIMENTAR

Estava vendo no site da Nestlé os Suplementos Nutricional para tomar pós cirurgia.
http://www.nestle.com.br/portalnestle/healthcarenutrition/MatrixContainer/MatrixContainer.aspx?_MainLoaded=../Produtos/wuProduto.ascx&cdProduto=3573&cdFamiliaProduto=1602&idDiv=divMnuProdPrinc&idImg=imgProdutos&tit_prod=1715


Encontrei no site da Nestlé uma piramide alimentar muito interessante, e o legal é que explica direitinho a quantidade exata para consumir até 2000 calorias diarias, atividade fisica de 30 minutos e beber 2l de água por dia.veja você mesmo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

BOAS NOTICIAS E OUTRAS NEM TANTO

A noticia boa é que foi marcado o mês da minha cirurgia, a não tão boa, é foi marcada só para Junho, fiquei meio decepcionada, pois espera para Abril, mas fazer o que !!! O positivo é que meu maridão estará de ferias nesse mês, então a partir do mês que vem começo fazer meus exames hahahah...uhuuu ... Pelo menos agora posso me programar.beijos

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

HOJE É DIA DE GESTO

Espero voltar com boas noticias hoje, estou confiante que serei chamada pra começar a fazer meus exames Pré - operatório, nem acredito que está chegando o grande dia!!!Minha transformação, meu recomeço!!!!
Amigas torçam por mim, beijos.
Ah!!! a Andréia minha colega do GESTO, deve estar operando agora, Que Deus a proteja.